quarta-feira, 1 de julho de 2009

Terror na roça


Muitos não sabem, mas muito antes da Índigo - tudo bem, abro aqui um espaço para divulgar a concorrência ;) – sonhar em se mudar para o meio do mato, eu já vivia na roça. Roça mesmo, em meio à natureza selvagem e à montanhas de esterco. Paraíso das Marias e dos Beneditos, onde Inezita Barroso é rainha e Mazzaropi, mais famoso do que Michael Jackson. Muito mais.
Lá, corajosamente enfrentei inúmeras espécies de aranhas, ataque de vespas, cobras, morcegos, cachorros com olhos vermelhos e risadas sombrias no meio da madrugada (tenho quase certeza de que era um Preto-Velho).
No entanto, nada disso foi páreo para o que aconteceu naquele início de tarde de domingo. Sem dúvida, um dos momentos mais assombrosos de toda a minha vida.
Eu escrevia na sala, concentrada, quando algo interrompeu minha atenção: os gatos estavam estranhos, com as pupilas dilatadas e as orelhas para trás (sinal de alerta!).
Hum, as vacas do vizinho arrebentaram a cerca de novo. Vacas! – pensei. O rebanho do vizinho adorava visitar a gente, mesmo sem ser convidado. Era comum acordar e dar de cara (literalmente) com uma Mimosa na janela do banheiro, por exemplo.
Voltei aos meus rabiscos. Mas os gatos continuavam assustados, mesmo sem ouvirmos barulho de nada. Fui olhar da janela da sala e ali estava: uma porca enorme e cor-de-rosa andava ao redor da casa.
“Ah, que graça, como ela simpática! Até parece que está sorrindo” – falei para o senhor Brioche.
No entanto, logo atrás de Miss Pig, vinha um porco cinza com o dobro do tamanho da esposa e mal-encarado que só ele.
Acostumados com vacas, bois e cavalos vendo televisão conosco, o que representava um casal de porcos passeando lá fora? Já era hora do almoço e os caldeirões e panelas estavam a toda no fogão. Oras, deixemos os porcos, vamos almoçar em paz.
De repente, um barulho estranho veio acompanhado de um tremor. Era a porta de aço da cozinha que começou a bater. Da janela, vimos o porco dando focinhadas na Sassazaki, à la Zidane naquela final de Copa do Mundo, em 2006.
E o bicho não parava, parecia furioso. A porta - de um aço não muito resistente - começou a entortar.
Pra onde correr? Não havia escapatória. Pensei em gritar, mas ninguém ia ouvir. Pensei em me trancar no quarto com os gatos e esperar a fera amansar. Pensei até em enfrentá-lo – quer dizer, mandar o Sr. Brioche enfrentá-lo -, mas o bicho parecia ter o tamanho de um hipopótamo!
Então, fiz a melhor coisa que eu poderia naquela hora: rezar!
E não é que deu certo? Miss Pig provavelmente cutucou o marido e falou: “Vamos, bem, deixa pra lá!”
Ficamos pensando o que teria levado aquele casal a tentar arrombar a casa: vai ver eles sentiram o cheiro do almoço e resolveram filar uma bóia; vai ver estavam apenas sondando o território.
O porcão nunca mais voltou lá, já Miss Pig...
Pouco tempo depois, fugiu pela segunda vez do sítio vizinho pra dar cria debaixo duma bananeira, perto da porta da cozinha.

Essa é uma história real; por incrível que pareça, a única parte inventada é a do cachorro com olhos vermelhos.


7 comentários:

Angelique disse...

Que coisa né. Alguns animais reagem como animais...rs... mas sua oração foi forte. Eu acredito em orações. Gostei da história. Beijinhos e uma linda noite pra vc.

Silvia disse...

Minha nossa!!! que história arrepiante!!! por acaso o almoço incluía carne de porco, para a criatura estar tão zangada? ;)
Em minha família, muito religiosa, costumávamos rezar e acender uma "palhinha" (do domingo de ramos) quando acontecia alguma situação assim! Lembro muito dos dias de tempestades, quando acabava energia, chovia granizo... ai que medo! tem cenas que ficam com a gente a vida inteira...
miauuuu
(*fiquei curiosa com o baú dos gatos! hihihihi)

Ita Andrade disse...

Olá minha querida!
Eu tambem sou muito rezadeira.
Estamos aqui agitados com mais uma FLIP e vc não deveria estar aqui tambem?
Estou sempre esperando você
Um beijinho meu

Ana Rosa disse...

Sabe, adoro histórias do interiooor, mas tenho um medo de me pelar!!! Deus do céu, eu lá no seu lugar, com lindos porcos do tamanha de um elefante a passear na minha varanda, aiiiii.

Maria Amália Camargo disse...

Olá meninas, tudo bem?
Pois é, lá dentro eles não corriam o menor risco de ir pra panela. A gente não come nada que se mexe; diferente da vizinhança que lambia os beiços quando via um tatu correr pro meio do mato. Afff!
Ai, eu bem que gostaria de estar na FLIP, mas acho que foi só naquele ano mesmo (2007). Ita! Eu ainda volto praí.
Os causos que o povo conta no interior já não são mais as mesmos... Hoje em dia eles adoram assustar com histórias de ladrões de botijão de gás, bicicleta, abóbora, maçaneta...
De olho grande em tanta coisa, haja reza!
Bjs, queridas, que o homem da pamonha está aqui na rua ;).

Tássia - Texto Assessoria disse...

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Caçadoras de Histórias disse...

que ótima!!! maria das amálias, que saudades!!!